Ambientalistas visitam Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba
Quinta, 11 de Novembro de 2010
Representantes de entidades ambientalistas do colegiado ReaLNorte estiveram no dia 10 de novembro de 2010 no canteiro de obras onde será implantada a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba.
A visita foi acompanhada pelo Chefe de Comunicação e Segurança da Informação da UTGCA, Aílton Laurentino. Das entidades ambientalistas estiveram presentes Roberto Francine Jr., Marcos Couto, Carlos Nunes, Mariana Pirró, Raquel Salgado, Nyelse Trench e Luciana Hein.
O objetivo da visita é acompanhar de perto o andamento das obras e saber mais informações sobre essa nova Unidade da Petrobras. Segundo os ambientalistas, o empreendimento deve ser direcionado para o crescimento e expansão da região de modo equilibrado, condizente com o meio ambiente e respeitando a população local.
Durante a visita, foram apresentados pela equipe técnica da UTGCA além das informações sobre o funcionamento da Unidade, os Programas de Segurança, Meio Ambiente e de Responsabilidade Social.
Laurentino informou que cerca de 90% do empreendimento está concluído e o inicio das operações está previsto para o começo do primeiro semestre de 2011.
Atualmente, a obra conta com três mil e 300 trabalhadores, destes 56% são oriundos de São José dos Campos e os demais da região do litoral norte de São Paulo. Depois de iniciada a operação, a Unidade contará com cerca de 150 a 200 funcionários, sendo metade de técnicos e o restante de empreiteira que deve cuidar da parte de limpeza, manutenção e segurança. Com isso, parte dos funcionários que ainda estão nos canteiros deve ser dispensada nos próximos meses.
Conforme o ambientalista Carlos Nunes a migração de profissionais para a região e o desemprego, ao final da obra, são as principais preocupações.
O engenheiro Roberto Belas explicou que foi oferecido aos funcionários locais qualificação para trabalharem em grandes obras, proporcionando, assim, mais chances para novos empregos. “Além disso, a maioria dos trabalhadores vindos de outras regiões possui mais qualificação e ao encerrar as obras estes vão em busca de oportunidades em outras cidades ou voltam para suas moradias”, afirma.
Para Roberto Francine Jr. a visita foi interessante, porém ele continua acreditando que a matriz energética precisa ser mudada. “Trata-se de uma obra necessária, mas devemos pensar nas conseqüências de utilizarmos esse tipo de energia”.
Já Nylse Trench afirma que algumas perguntas não foram respondidas com relação ao treinamento de emergência em caso de acidentes e ao acesso de informações por parte das comunidades próximas ao empreendimento.
Para Mariana Pirró, a visita deu a sensação de que a UTGCA é transparente e que está cumprindo as suas metas, porém acredita que poderia ser feito mais com relação á melhoria da região próxima a Unidade como, por exemplo, maior recuperação da vegetação.
Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA)
A UTGCA integra o Projeto Mexilhão, um empreendimento da Petrobras na Bacia de Santos criado para explorar o campo de Mexilhão, no qual se encontra a maior reserva de gás do país.
O gás processado na plataforma será escoado por um gasoduto até a UTGCA onde será tratado dando origem a três produtos: Gás natural - para uso industrial, doméstico e veicular; Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ou gás de cozinha – usado principalmente em residências; C5+ - conhecido como condensado, corresponde à porção liquida do gás.
O gás natural seguirá da UTGCA até Taubaté pelo gasoduto Gastau (Gasoduto Caraguatuba-Taubaté) de onde será distribuído para o mercado consumidor por meio da malha de dutos já existente.
O GLP será retirado por meio de caminhões e transportado para as distribuidoras. Já o condensado será destinado para o processamento na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos.
A Unidade terá capacidade de processar diariamente até 15 milhões de m³ de gás e 20 mil barris de condensado. Segundo o engenheiro Roberto Belas, uma previsão inicial mostra que a UTGCA será responsável por fornecer quase 80% do volume de gás natural atualmente importado, contribuindo para a autonomia da matriz energética nacional.
