Domingo, 22 de Julho de 2012
Desde 2008, os corais-sol são avistados no entorno das ilhas de Búzios e Vitória, em Ilhabela. O projeto Coral Sol desenvolve um trabalho que consiste em avaliar a distribuição, a população do coral e o efeito do mesmo nas comunidades nativas da região. A APA Marinha Litoral Norte , responsável por ações de proteção e conservação do ecossistema costeiro e marinho e da sua biodiversidade e pela gestão das atividades desenvolvidas nesses ambientes, acompanha este projeto divulgando e informando as pessoas que trabalham no mar a necessidade de denunciar a presença do invasor.
O projeto Coral Sol é uma iniciativa do Instituto Biodiversidade Marinha com patrocínio Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental e atua tanto na pesquisa quanto no manejo dessa espécie exótica. Esse trabalho, desenvolvido em parceria com o Laboratório de Ecologia Marinha Bêntica da UERJ, poderá servir como base para o monitoramento de outra espécie exótica, a alga Kappaphycus alvarezii, que está sendo pesquisada para cultivo na região.
Um invasor perigoso
O coral-sol é uma espécie exótica invasora e como tal, não possui predadores capazes de controlar as suas populações. Ele desloca outras espécies para se instalar e se espalha rapidamente pelas rochas submersas. Estudos mostram que esse coral é capaz de matar espécies endêmicas como, por exemplo, o coral-cérebro, que só pode ser encontrado em nossas águas. Além disso, segundo os cientistas, ele é altamente impactante para a biodiversidade marinha brasileira e para o funcionamento dos ecossistemas costeiros.
O coral-sol foi introduzido acidentalmente no litoral brasileiro por meio de plataformas de petróleo e gás. Vindo do Oceano Pacífico, ele encontrou condições favoráveis de sobrevivência na costa brasileira, estabelecendo-se e se espalhando. Até o momento, já há registros desse coral em cinco estados do litoral brasileiro: Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. No Litoral Norte, a espécie foi encontrada no Canal de São Sebastião, de onde já foi removida pela equipe do Projeto Coral-Sol e nas ilhas de Búzios e Vitória, em Ilhabela.
Denúncias
Apesar da nocividade desta espécie exótica, a remoção das colônias do ambiente marinho sem autorização dos órgãos competentes é crime ambiental. “Nós pedimos para que as pessoas nos avisem quando avistarem o coral-sol, para que a nossa equipe possa planejar a retirada corretamente e legalmente. Ainda, esta remoção deve ser feita por pessoas capacitadas pra evitar qualquer dano aos outros organismos que vivem no costão”, explica Gilberto.
As denúncias podem ser feitas para o Projeto Coral-Sol pelo email denuncia@coralsol.org.br ou pelo telefone (21) 2433-7311. No Litoral Norte, as denúncias também podem ser feitas à equipe de APAMLN, pelo telefone (12) 3832-1397 ou e-mail:apamarinhaln@gmail.com.
Fonte: Fundação Florestal/julho de 2012
Esse site é um registro passivo da memória do Convênio Diálogo para a Sustentabilidade que reuniu Petrobras, ReaLNorte e Universidade Católica de Santos e aconteceu de 2008 a 2012.