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Vant: o Big Brother das infrações ambientais

Segunda, 23 de Janeiro de 2012

O cerco aos infratores nas áreas ambientais, em especial do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), Núcleo de São Sebastião e em torno da Bacia Hidrográfica do Rio Juqueriquerê, está apertando. Isso por conta de uma nova tecnologia que deve ser instituída na região com o objetivo de flagrar ou evitar as ocupações e caças irregulares.

Trata-se de um equipamento eletrônico conhecido como ‘Vant’ (Veículo Aéreo Não Tripulado), com uma câmera de longo  alcance e que faz uma varredura de uma área pré-determinada,  chegando  onde o homem não consegue ir ou fica mais sujeito aos riscos. 

A iniciativa é do Núcleo do Parque em São Sebastião e é uma das condicionantes junto à Petrobras quanto ao licenciamento ambiental da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba - Monteiro Lobato (UTGCA). Segundo o diretor da unidade, Edson Lobato, o Fredê, o município de São Sebastião deverá receber o C5+ (gasolina que vem junto com o gás natural) e que será enviada para o Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), passando pela área do parque. “Desde que esse equipamento nos foi apresentado, percebemos que será mais um aliado contra as infrações ambientais que temos na região”, justifica.

Para isso, o equipamento, uma espécie de ‘aranha eletrônica’, tem uma câmera acoplada que permite a visualização de 360 graus. Ela pode subir a mais de 150 metros de altura e ser direcionada, pela equipe de terra, para ir até áreas inóspitas. “Temos uma dificuldade de fiscalizar essas áreas de difícil acesso porque até a equipe chegar ao local, o infrator já pode ter saído”, explica Fredê. 

Por meio do Vant, é possível levantar as coordenadas (altitude e longitude) e informar a equipe de terra. Este equipamento também pode filmar e fotografar as áreas degradadas que servem para um possível processo judicial, além de identificar ranchos ilegais. 

Eduardo Cury Russo é o responsável pela empresa que desenvolve a tecnologia, a Kopter Brasil, e que fica em Ubatuba. Ele destaca que o Vant tem autonomia para buscar até 10 quilômetros de imagem e tecnologia suficiente para uma gravação georeferenciada. “É um equipamento leve e o mais importante, não tem passivo ambiental porque é elétrico e a bateria é menor que a de um carro”, explica. 

Outra vantagem apresentada pelo empresário é com relação ao risco humano. “Hoje o parque utiliza filmagens usando pilotos em parapentes e eles estão sujeitos e serem abatidos, o que não ocorre com o equipamento, pois ele não tem o peso de uma vida humana em risco”.

Ainda conforme ele, essa tecnologia foi desenvolvida na Alemanha e usada em aviões espiões americanos. Hoje, depois de dois anos de estudo, ele é adaptado de acordo com a necessidade de cada cliente.

Privacidade 

Questionado sobre a utilização do Vant para outros fins, como espionar pessoas em seus lares, Russo destaca que o espaço aéreo é público, mas que não se pode gerar imagens com muito detalhes das pessoas para não entrar em invasão de privacidade. “Nosso objetivo não é fofoca, mas monitorar áreas de preservação do Estado, áreas não povoadas que possam estar sendo invadidas. Quebrar o sigilo do que acontece na mata”. A operação de Vants é regulamentada por uma Circular de Informações Aeronáuticas (AIC) específica do Ministério da Aeronáutica.

Para isso, o equipamento fornece todos os detalhes possíveis da área monitorada. Na outra ponta estará a equipe de apoio na terra, que fica na estação de rádio pilotagem fazendo o monitoramento da aeronave e também guardas-florestais do Grupo de Auxílio Civil (GAC) Albatroz, de Caraguatatuba, que terão como ir, por terra, até o local identificado.

É usado um software que abastece o Vant com as informações necessárias, inclusive dados do Google Earth com pontos pré-determinados e mesmo da área onde é feita a comparação da fiscalização anterior

De acordo com o diretor do Núcleo do PESM de São Sebastião, Fredê, além da condicionante colocada junto ao licenciamento da UTGCA, com as novas obras que deve ocorrer no Litoral Norte como Ampliação do Porto de São Sebastião, contorno Caraguá-São Sebastião, Caraguá-Ubatuba, e nova serra na rodovia dos Tamoios (SP-99) a ideia é solicitar um equipamento deste para cada empreendimento. “Dessa forma teremos condições de cobrir melhor a região com relação às degradações ambientais e caças irregulares”, disse Fredê.

Fonte: Imprensa Livre













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